Olá, , bom dia!
Buscamos, desde a criação da Abraphe, a conscientização quanto à necessidade da padronização para o mantenimento da segurança de voo e, portanto, objetivando a diminuição dos índices de acidentes com helicópteros no Brasil.
Vez por outra surge um "herói", que acha que descobriu a "fórmula da Coca-Cola", fazendo tudo ao contrário e, até eu atreveria afirmar, perseguindo o próprio fim.
Pode parecer até um pouco frio, mas eu penso que se o sujeito quer abreviar a sua estadia por aqui, não poderemos fazer muito além de lamentar...
Mas, quando este "sujeito" é um piloto de helicóptero inconsequente e exibicionista que, além de estar em busca de um encontro rápido com o solo, pretende levar com ele vidas inocentes e se utiliza para isso de um helicóptero, aí temos que agir.
O helicóptero é uma ferramenta de trabalho, um meio de transporte extremamente seguro, mas como qualquer outra ferramenta ou meio de transporte, têm também o potencial de se tornar muito perigoso quando utilizado de forma incorreta e irresponsável.
No vídeo, temos um exemplo perfeito da utilização irresponsável de um helicóptero monomotor, homologado somente para voar em condições visuais voando IMC, (Instrument Meteorological Condition ) e "varando" uma camada, como costumamos dizer.
Qual o risco?
Sem me aprofundar muito na questão regulatória, vou citar aqui algo simples e de fácil entendimento. Para a certificação de um helicóptero capaz de voar nestas condições, são exigidos redundância de sistemas vitais ao voo e sistema também redundante de estabilização de voo, o popular piloto automático.
Neste caso, o helicóptero do vídeo não possui redundância de nenhum sistema e, ainda que possua um sistema de piloto automático instalado, trata-se de um sistema desenvolvido para helicópteros desta categoria (VFR), portanto, sem os recursos necessários para a certificação IFR. Em termos de funções, capacidades e confiabilidade, os sistemas de estabilização instalados nestes helicópteros é bem inferior, se comparado a um utilizado em helicópteros certificados para voar por instrumentos.
De posse então desta informação, façamos uma simulação. Vamos imaginar que neste voo do vídeo houvesse uma falha qualquer, vamos imaginar uma falha de sistema hidráulico? Qual seria o desfecho do voo, já que, como mencionado acima, não existe qualquer redundância?
Vou te dizer uma coisa... Eu iria preferir não estar a bordo...
Entenderam o porquê em não fazer este tipo de voo com um helicóptero certificado somente para voos visuais?
Na aviação, não "Inventar" vai te manter voando.
Fly Safe!
Cmte Thales Pereira.
presidente@abraphe.org.br
#safetyabraphe
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