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Quem ganhou e quem perdeu

Só as indústrias extrativas e o setor financeiro cresceram bem na pandemia

por MARCELO SOARES

Saíram hoje os dados do PIB trimestral e vale dar uma olhada no detalhe para ver o que está sendo mais afetado na pandemia.

Nunca nos últimos dois anos as indústrias extrativas tiveram um trimestre tão pujante quanto o segundo de 2020. Enquanto as atividades econômicas urbanas se retraíram, o PIB da extração de minerais (carvão, metais, petróleo) cresceu quase 5% em relação ao mesmo trimestre de 2019.  Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados cresceram 2,5%.

E nem foram os setores que mais contrataram; segundo os dados da Caged, o saldo de vagas formais criadas no ano em indústrias extrativas foi de apenas 962 nos sete primeiros meses de 2020. Já nas atividades financeiras foram eliminados 4.672 empregos até julho.

Os setores que mais perderam foram os urbanos, especialmente indústria e serviços pessoais como consertos, cabeleireiros, lavanderias etc.

As indústrias de transformação elliminaram 194 mil vagas nos primeiros 7 meses de 2020. Já os serviços encerraram quase 24 mil contratos além dos que foram assinados.

Já os setores que vinham crescendo, mas interromperam a subida com a pandemia, foram informação e comunicação e construção. O primeiro é um balaio onde entra muita coisa, o que pode causar alguma confusão. Inclui serviços de edição, atividades cinematográficas, rádio e televisão, telecomunicações e tecnologia da informação.

Os serviços de informação e comunicação eliminaram 4.560 vagas formais no primeiro semestre. Os de construção, por outro lado, abriram 8.742 novos postos - muitas obras sequer chegaram a parar durante a pandemia. 

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Esta análise foi feita a partir de bases de dados muito detalhadas que a Lagom Data tem à disposição. Caso você tenha interesse em obter outros recortes (para sua cidade ou ao longo do tempo, por exemplo), com infográficos, entre em contato e peça uma cotação.

Defrag mental
O que estamos lendo, assistindo e ouvindo
"Três Pragas do Vírus" (Vinicius T. Freire)
Não é qualquer livro sobre os impactos econômicos do coronavírus que começaria discorrendo sobre a obra e o mundo de William Shakespeare. Vinicius Torres Freire, um dos melhores colunistas econômicos do Brasil, nos traz um amplo contexto das crises sanitária, política e econômica com que convivemos. A Coleção 2020, da editora Todavia, acertou todas até agora: excelentes autores, temas atuais, livros de leitura rápida e preço acessível. 

Curso de Escrita Acadêmica

A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado é professora de Desenvolvimento Internacional da University of Bath (Reino Unido) e também é uma rara acadêmica de texto claro, fluido, sem perder o rigor. Neste ano, ela convidou alguns amigos para oferecer um curso online e gratuito com dicas para acadêmicos de primeira viagem que venham queimando pestana com sua pesquisa. Este mestrando temporão agradece e recomenda.

Relatório da Desigualdade

Cinco pesquisadores responsáveis pelo principal banco de dados de estatísticas sobre desigualdade no mundo contam o que de mais concreto se sabe sobre o tema a partir das pesquisas disponíveis. Incluem Thomas Piketty ("O Capital No Século 21"), Gabriel Zucman ("The Hidden Wealth of the Nations") e seu coautor Emmanuel Saez ("The Triumph of Injustice"). A editora Intrínseca oferece o ebook de graça no Kindle.

"Chasing Trane" (Netflix)
John Coltrane é um dos personagens mais fascinantes da história do jazz. Seu talento, seus trabalhos, seus colegas, seus fantasmas, sua desconcertante fome de notas, seus fãs devotos que criaram igrejas e museus em sua memória - e sua vida curta. Quem passou dos 40 anos que ele viveu dificilmente julgaria ter tido tempo de fazer tudo o que ele fez. O documentário o apresenta tanto a quem não o conhece quanto a quem acha que sim.
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