Olá,
Sabias que a Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP) é o distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo, afetando 1 em cada 10 mulheres?
Alguns dos principais sintomas manifestam-se através da ausência ou irregularidades no ciclo menstrual, acne, crescimento excessivo de pêlos em zonas menos comuns, queda de cabelo, excesso de peso ou obesidade, resistência à insulina, cansaço, entre outros.
Atualmente, sabe-se que a SOP ainda não tem cura, pelo que o seu tratamento foca-se, essencialmente, no controlo dos sintomas, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida. Nesse sentido, há 4 pilares fundamentais que deves privilegiar: o sono, a alimentação, a atividade física e a gestão emocional e do stress.
Certamente já ouviste falar sobre várias teorias que podem beneficiar esta síndrome, mas será que são verdadeiras ou tratam-se apenas de mitos? Vamos desmistificar algumas:
Será que é necessário eliminar os alimentos fonte de hidratos de carbono? A resposta é não. Este grupo de alimentos é fundamental para o nosso organismo, principalmente como fonte de energia e desde que escolhas bem o tipo de hidratos de carbono (prefere os mais complexos, como cereais integrais, leguminosas, pão de centeio, etc) e a quantidade que consomes (ajustada às tuas necessidades energéticas) podem perfeitamente estar incluídos na tua rotina alimentar.
É benéfico eliminar a lactose e o glúten da alimentação nestes casos? Se tiveres intolerância ou alergia a estes componentes, sim, fora isso à partida não vai ser mais vantajoso. Em todo o caso, é importante que haja uma avaliação individual, uma vez que em determinadas mulheres o consumo de alimentos com lactose pode exacerbar a presença de acne. Em relação ao glúten, não existe uma ligação direta com a SOP.
Ser diagnosticada com SOP pressupõe que haja infertilidade associada? Nem sempre, mas existe essa possibilidade, dependendo dos casos. Contudo, com a intervenção adequada é possível reverter a situação, principalmente quando há uma aposta no estilo de vida da mulher, com especial enfoque numa alimentação equilibrada e adaptada à fase em que se encontra. Neste caso, o acompanhamento profissional em equipa multidisciplinar é fundamental.
E o sono, tem influência a nível dos sintomas? O sono tem um impacto muito importante a nível hormonal, influenciando o nosso bem-estar físico e mental, principalmente quando não existe uma boa qualidade do mesmo. Nesses casos, pode contribuir para um aumento do apetite e diminuição da saciedade (resultante da desregulação de hormonas como a grelina e a leptina, respetivamente) e até alterações a nível da produção de cortisol (conhecido como a hormona do stress) contribuindo negativamente para a resistência à insulina e, eventualmente, ganho de peso.
Um dos fatores mais preocupantes na SOP é a presença de resistência à insulina que pode evoluir para diabetes (quando não existe uma intervenção atempada), além de outras complicações como a hipertensão, dislipidemia, risco cardiovascular, entre outras, onde a alimentação e a prática de atividade física têm um papel fundamental na diminuição da sintomatologia associada.
Além disso, sabe-se que a aparência física pode ser um fator de grande ansiedade para mulheres com SOP, contribuindo para uma menor autoestima, depressão e ansiedade.
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