Quem nos conhece desde o comecinho conhece essa foto :)

Ela é um registro querido que fiz de nossos primeiros produtos, quando nossa marca tinha outro nome e nem site existia ainda! Consideramos novembro nosso mês de aniversário porque foi quando a Trópica nasceu oficialmente na internet: lançamos nossa loja online.

Aí na foto tem os primórdios de muitas formulações que fomos aprimorando com os anos, e hoje vou falar sobre o desodorante por ser o embrião de existência da Trópica! Há muitos anos comprei uma máquina de costura porque queria mais autonomia na minha vida - tinha virado vegana há pouco tempo, parado de consumir alimentos industrializados, entrado num grupo de consumo de orgânicos, ganhado nossa composteira de uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, mudado pra uma casinha simples com jardim na frente.

Com uma máquina de costura em mãos e sem saber costurar, buscava moldes na internet quando caí num blog que também ensinava desodorante caseiro! Me empolguei e fui até a região da Sé, em São Paulo, comprar tudo que as meninas do blog indicavam. Fiz em casa, deu super certo, me apaixonei e o algoritmo do Pinterest começou a me mostrar coisas afins, dentre elas sabonetes artesanais. 

Me empolguei de novo, reuni meu companheiro (que estudou Engenharia Química) e meu irmão (que há anos fazia sabão reaproveitando óleo usado) e fizemos nossas primeiras barrinhas de sabão na casa dos meus pais. Lembro que foi a primeira vez que tomei banho sem desencadear uma crise de dermatite que tinha nas pernas desde a infância e a partir de então passei a usar somente sabonetes naturais. Fazer esses produtos eram momentos de lazer em família, de novas experiências, mas nada muito além disso.

Olhar para trás é sempre uma oportunidade não só de ver como as coisas mudaram de lá pra cá, mas também de abrir o coração para as mudanças que o futuro nos reserva. Há 4 anos éramos um casal com muitas incertezas - tínhamos nos mudado de São Paulo para uma cidade no Vale do Ribeira, onde meu companheiro concluía sua graduação em Geografia pesquisando sobre a prática de agrofloresta na região e tínhamos intenção de morar por lá. No fim viemos pra outra cidade e nossos planos, apesar de ainda alinhados aos nossos princípios, mudaram radicalmente. Jamais cogitamos sequer por um minuto sermos empreendedores, e eis que aqui estamos.

Empreendedorismo não é algo que vemos como um fim em si, mas sim como um meio: através dele seria possível ter uma cadeia de fornecedores alinhados à agroecologia, divulgar mais iniciativas nesse sentido, conectar quem compra com quem produz. Essas são aspirações simples que na prática percebemos serem BEM ousadas diante dos desafios, mas elas seguem firme conosco todos os dias. Que a Trópica seja sempre um meio, nunca um fim, são nossos votos de aniversário desse ano :)

Com carinho,
Ana