O governo federal vai fazer neste sábado um mutirão de distribuição de remédios sem eficácia comprovada no tratamento da Covid, a cloroquina e a ivermectina. Ozônio não, porque nos outros é refresco.
Por que o governo insiste? Há algumas pistas nas memórias do ex-ministro da saúde Luiz Mandetta, publicadas na semana passada (veja mais no Defrag Mental, abaixo). Segundo ele, o inquilino do Alvorada quer tacar remédio goela abaixo do cidadão pra voltar ao trabalho de qualquer jeito. Quem morrer terá sido por fatalidade ou por já ter outras doenças antes.
Numa das conversas relatadas, já no final de sua passagem pelo ministério, Mandetta diz ter argumentado com o Jair que cloroquina tinha efeitos colaterais muito pesados. Ivermectina, um vermífugo que naquele ponto estava começando a se popularizar (começo de abril, veja no gráfico acima), pelo menos, matava os vermes de quem os tivesse. Usa-se no gado, disse Mandetta, justo para quem. Virou mais um motivo de insatisfação do chefe.
Existem padrões regionais na curiosidade por esses medicamentos. O ozônio é mais buscado em Santa Catarina, lógico. A ivermectina, em Mato Grosso. Cloroquina tem padrão quase regular no Brasil inteiro, de tanto que o governo federal propagandeia o seu uso.
|