Começando por uma curiosidade, a Comunicação Não-Violenta tem esse nome horroroso porque vem do conceito de “não-violência” ou simplesmente “ahimsa”.
É uma ferramenta poderosa de autoconhecimento. Depois, de conexão com o outro e, por fim, de comunicação. Ela foi criada pelo Marshall Rosenberg, PhD em psicologia clínica e orientador educacional, lá na década de sessenta. Ou seja, na época que os negros começaram a ter legalmente acesso a instituições como escolas e universidades. Não era pouca treta! Ele também foi a mais de 60 zonas de conflito ao redor do mundo, com a missão de levar a paz.
Aqui é importante entendermos que paz é muito diferente de passividade! Aliás, a CNV incentiva justamente que nós sejamos agentes em situações de tensão (externas e internas).
A proposta é que a gente consiga identificar quais são nossos sentimentos e necessidades a cada momento e ajude as pessoas a também identificarem o que estão sentindo e necessitando. Assim, podemos ter conversas e construir soluções muito mais engrandecedoras.
“Para além das ideias de certo e errado, existe um campo. Eu me encontrarei com você lá.” Rumi
A empatia e a compaixão são qualidades inerentes a todos os seres humanos. Mas, muitas vezes, esse processo é bloqueado pelas nossas interpretações ou até pelo impulso de tentar resolver uma situação que nem é nossa. Já quando damos tempo, espaço e investigamos quais necessidades estão por trás do comportamento da pessoa diante de nós, conseguimos nos conectar profundamente com ela, porque as necessidades humanas básicas são as mesmas para todes nós (comida, abrigo, criatividade, expressão sexual, harmonia, liberdade, luto... a lista é extensa).
Os 4 componentes da CNV são:
1. Observação
O que de fato aconteceu, sem minha interpretação?
2. Sentimentos
Como eu me sinto sobre isso?
3. Necessidades
Quais das minhas necessidades estão sendo atendida ou não nessa situação?
4. Pedidos
O que posso pedir à outra pessoa para ter minhas necessidades atendidas?
Quando tenho clareza do que sinto e preciso e me sinto encorajada a comunicar isso, é inevitável que eu me empodere. Então sinto que a CNV é sobre construir um mundo melhor para todes e também é sobre me empoderar a cada vez que me comunico.
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