Quem acompanha o blog sabe que o objetivo principal das reportagens, das colunas, é expor as mazelas, as entranhas que poderiam passar despercebidas na Administração Pública. Peço hoje então ao leitor uma trégua para um texto de domingo um pouco mais leve. Às vezes, é preciso, não? 

Uma ideia que volta e meia ronda a minha mente - quem me acompanha nas redes sabe - é o quanto não seria legal se trocássemos toda essa propaganda eleitoral por um grande reality show de candidatos. 

Ok, este ano, pensando na eleição de vereador, não seria possível. Mas na de prefeito eu acho que caberia muito bem. 

Você pode não gostar, mas está provado por anos e anos dos realities no Brasil que eles são realmente algo que consegue captar a atenção das pessoas. 

Por que então não juntar o útil ao fútil e colocar a galera toda dentro de uma casa e ver no que dá? Ou, pensando no momento atual, por que não fazer a Fazenda dos candidatos? 

Em vez de pronunciamentos escritos milimetricamente por marqueteiros, imagens produzidas, ia ficar difícil escapar de câmeras 24 horas por dia, por uma semana que fosse, sem mostrar um pouco do verdadeiro eu de cada um. 

Imaginem poder olhar a cara de Crivella sendo o primeiro a acordar todos os dias para pastorear as ovelhas. Ou para tentar convencer o gado a segui-lo apesar de toda a sedução de Luiz Lima, que, como bom nadador, também está acostmado a sair da cama bem cedo. 

E Eduardo Paes na festa do sábado ou da sexta à noite? Sim, reality, mesmo sendo de Fazenda, tem que ter festa. Será que iria ele se escorar nos braços da delegada Martha Rocha depois de beber um pouquinho além do que devia? 

Já imagino também os papos de Renata Souza e Fred Luz no jardim. Como bons rubro-negros, bastaria um pouco de convivência diária para chegarem em algum ponto em comum no universo. No fim das contas, Renata poderia ser convidada para secretária de Direitos Humanos de Luz. E Luz seria o secretário de Privatizações de Renata. 

Benedita e Clarrissa acho que acabariam sendo aliadas no jogo. Ambas terem Garotinho em suas histórias faz com que haja uma certa empatia. 

Bandeira de Mello teria longas conversas varando à noite com Paulo Messina que iria se fazer todo de interessado nos projetos do adversário, mas, na verdade, já visaria mesmo é um cargo. 

Cyro Garcia e Henrique Simonard com certeza dariam um jeito de tornar aquele latifúndio de A Fazenda dos Candidatos num assentamento rural. 

Glória Heloísa e Suêd Haidar teriam que lutar bravamente contra aquele perfil que passa despercebido pelo jogo. Quem sabe com algumas tretas isso não mudasse? 

Mas Berta, quem venceria?  

Se fosse na Record, fatalmente Crivella. 

Na Globo? 

Acho que Paes, né? 

E, nas urnas de verdade?

Não tenho a menor ideia, mas vamos lá votar porque democracia é tudo de bom. E esse reality da urna mexe de verdade com a vida da gente nos próximos quatro anos.