Olá, , bom dia!
"Piloto sem noção"
Todos nós começamos "sem noção" em um novo ambiente. Em uma situação social, esse déficit é comumente descrito como uma incapacidade de "ler o ambiente". Todos nós temos diferentes níveis de consciência situacional dependendo de nossas necessidades, aptidão e ambiente. Mas, infelizmente, no mundo de alta consequência da aviação "sem noção é perigoso", então, todo piloto precisa de algum nível de consciência situacional para voar com segurança.
Como pilotos, nossas habilidades de sobrevivência são ajustadas para detectar imediatamente um déficit em consciência situacional. Em relatórios de acidentes isso é mencionado, mas raramente apontado especificamente como um fator determinante. A razão pela qual muitos pilotos são fracos em consciência situacional, é que eles nunca foram ensinados a fazê-lo bem. Alguns afirmam que é inato e, portanto, não ensinável.
Será mesmo verdade?
Uma boa consciência situacional é a “mágica da segurança” que todo piloto precisa!
A consciência situacional é uma espécie de habilidade de nível superior. Ela não reside no nível de checks de rotina, como verificar os comandos, trata-se de uma habilidade metacognitiva. Ensinar consciência situacional requer uma percepção aguçada porque é construída no nível de atitude e personalidade.
Os três níveis de consciência situacional podem ser definidos mais simplesmente como percepção, significado e implicação.
O primeiro nível de uma boa consciência situacional é perceber claramente e processar novas informações, conscientemente. A pressão do tempo, a fadiga e até a empolgação, diminuem essa habilidade.
A familiaridade com um ambiente é uma bênção e uma maldição. Inicialmente, somos sobrecarregados com um novo ambiente, mas a familiaridade, rapidamente, leva à displicência.
Dito tudo isso, afirmo que uma boa consciência situacional é construída desde a primeira hora de voo do aspirante a piloto.
A demonstração da conduta adequada, da observância quanto à padronização de voo, da disciplina da mitigação de eventuais riscos devem ser ensinadas pelo instrutor desde o primeiro contato.
No Brasil, temos a tendência de tornar o ambiente profissional, ambiente informal e isso, na aviação, pode ter efeito danoso na formação da consciência situacional daqueles que estão ingressando.
Não confunda ambiente profissional com ambiente inóspito, são coisas bem distintas, mas é necessário que o ambiente profissional na aviação possua protocolos. Lembram da frase: "O exemplo arrasta?" Exatamente!
Boas práticas e a construção de uma consciência situacional adequada, fazem parte da fórmula de longevidade na aviação.
Bons e seguros voos para vocês!
Cmte Thales Pereira.
presidente@abraphe.org.br
#safetyabraphe
|