Essa semana recebi a visita de uma amiga querida e enquanto conversávamos sobre algumas situações que andávamos passando ela comentou rapidamente sobre nossas crenças limitantes. Apesar de ser um jargão muito comum em meio a coachs e cursos de liderança, queria trazer ele aqui sobre uma perspectiva de podermos ser mais plenamente nós mesmas.
Nem sempre nos damos contas delas, mas todas nós temos uma série dessas crenças, sejam elas pontuais de uma situação atual ou adquiridas durante nosso crescimento. Desde a ideia de que nosso gênero limita nossas possibilidades em alguma área, que não temos nem jamais teremos dom para determinadas funções, até questões como um medo tão grande de falhar que nos impede de tentar ou de sermos rejeitadas se mostrarmos quem realmente somos. Nós acreditamos tão profundamente nessas limitações que dificilmente conseguimos as enxergar.
É como uma lente de contato que media nossa visão para fora e para dentro de nós mesmas. O mundo parece ser exatamente aquilo que vemos através dessas lentes, até que um dia tiramos e descobrimos que tem algo a mais ali, algo que sempre acreditamos ser nós mesmas mas que na verdade encobre partes e potências de nós que desconhecemos, duvidamos.
Não sou psicóloga, nem terapeuta, então não sei dizer exatamente nada sobre nossos processos de identificação e cura desses padrões, mas como já é de costume por aqui, faço um novo convite pra gente começar a molhar os pés nesse mar desconhecido: o que você lá dentro gostaria de ser ou fazer e acredita ter todos os motivos do mundo para nem tentar?
Pode ser desde algo simples, como um pequeno desconforto ao falar em público, algo relacionado ao trabalho, como se sentir forçada a ser dura demais com os outros ou até mesmo incapaz de cumprir funções que você já cumpre e ainda assim segue acreditando que não é boa o suficiente para estar ali (que pode nos levar à síndrome de impostora). A lista é imensa e inclui certamente padrões que cumprimos em nossas relações sociais, da imagem que esperamos que os outros tenham de nós.
E se fomos afetadas em nossa autoimagem por nosso ambiente sociocultural, também afetamos diariamente outras tantas pessoas, o que me leva ao segundo convite: estamos sendo as melhores pessoas que podemos com umas com os outras? A diferença nos desperta compreensão, compaixão ou desapontamento, e como as expressamos?
Março é o mês das mulheres, e justamente por isso queria ampliar as crenças limitantes que atingem a todos nós, homens e mulheres: se a gente não cabe mais nas caixinhas apertadas que nos colocaram ao longo da vida, que não tenhamos mais medo de sair do que de continuar nelas :)
Com carinho, Ana
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