Não sei como está a sua cidade, mas aqui na região central de São Paulo o ruído de motos anda cada dia maior. Embora eu desconheça fontes de dados sobre o crescimento das entregas de todo tipo de produto, tenho como verificar no Denatran o aumento do número de motos registradas.
Só na capital, são quase 30 mil motos novas desde o começo do ano. Nos quase silenciosos meses de abril e maio, a frota de motos chegou a cair, mas com o começo do pagamento do auxílio emergencial e o gradual aumento das atividades de entrega, a frota voltou a subir.
Quem repara nas placas das motos muitas vezes vê que elas não são só de São Paulo. Vêm também dos municípios vizinhos, da Grande São Paulo. Na capital, a frota aumentou em média 2,6%. Nas cidades da região metropolitana, quanto mais perto da capital, maior o aumento. Nas cidades que ficam a até 20km do centro da capital, a frota de motos cresceu 2,3%. Mas cidades a até 50 km, cresceu 2,1%. Em São Lourenço da Serra, a frota de motos cresceu 4,6%, mas já era uma frota pequena antes da pandemia.
Motos já eram uma parte muito importante do ecossistema logístico das grandes cidades, e ganharam ainda mais importância nos meses da pandemia. Mas a sua multiplicação traz outros tipos de problemas.
A pressa esperada pelos clientes e cobrada pelos aplicativos não raro estimula manobras perigosas. Não apenas com elas, pilotos de moto tendem a se acidentar mais e mais feio do que os motoristas. (Também tendem a ser mais jovens e depender mais do veículo para seu sustento.)
Também existe a questão da poluição sonora causada pelas motos de escapamento aberto, dia e noite. Ela tende a atingir em cheio quem trabalha de casa mais perto das avenidas, e que nem sempre tem em casa o mesmo isolamento acústico que se tem nos escritórios.
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