por MARCELO SOARES
Hoje acordei com a notícia da morte de um jornalista do Rio, grande amigo de amigos meus e um cara muito alto-astral, que me abriu portas numa pauta sobre Carnaval certa vez em 2008; tinha 56 anos. Em seguida vi que morreu o marido de uma colega de outro país; 58 anos. Outro dia foi o irmão de uma amiga jornalista; tinha 49 anos.
Acontece nas minhas timelines de rede social, provavelmente também acontece nas suas: a cada semana que passa, os números de mortes de Covid vão virando fotos de pessoas que conhecemos ou que eram muito queridas para quem conhecíamos. E essas pessoas não são exatamente coroas, embora eu pudesse pensar que sim aos 15 anos de idade.
Veja no gráfico acima como não é apenas impressão. Os dados são do Sivep-Gripe, e as semanas mais recentes ainda têm muito a atualizar. Em nenhuma semana de 2020 morreu tanta gente como nas últimas, mas quebrando por faixa de idade (de 20 em 20 anos) o bicho fica ainda mais feio.
Na faixa de 40 a 49 anos, que é a de todos os citados na abertura, os mortos em março foram o dobro de fevereiro. Na de 20 a 39, aumentaram 96%, mesmo que quase não dê para ver no gráfico. Sim, aumentaram bastante na de 60 a 79 anos - mas 73%, ou proporcionalmente menos que nas faixas mais baixas, que concentram a maioria dos trabalhadores. Essa faixa ainda é a que concentra mais pessoas que morrem.
Vamos ver a mesma informação acima num gráfico de linhas?
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