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07 de janeiro de 2021
Criando Bons Hábitos

Já contei pra vocês que há algum tempo começo o ano me comprometendo com novos hábitos que gostaria de adquirir e manter (mesmo que eu mude de ideia ao longo do percurso), a partir de um levantamento pessoal de como foi meu ano anterior. Ouvindo um podcast que gosto muito descobri que uma crença minha é na verdade muito comum a todos: que para mudar um hábito nos basta ter força de vontade e auto-controle! Seriam eles que nos inspirariam a começar a mudança e a resistir ao velho padrão tentador, certo? Segundo a pesquisadora entrevistada nesse podcast, errado: o que nos leva adiante não é exatamente nossa força em resistir ao que não queremos mais, mas uma mudança de padrão nas nossas associações cognitivas desenvolvida ao longo do tempo.

Sim, é meio complexo. Segundo a Wendy Wood, novos hábitos são "associações mentais que formamos quando repetimos uma ação indefinidamente em um determinado contexto e depois recebemos uma recompensa. Ao fazer isso, você está aprendendo muito lenta e gradativamente a associar um contexto ao comportamento. Portanto, da próxima vez que você estiver nesse contexto, o comportamento virá automaticamente à mente".  Essas associações são diferentes de pessoa pra pessoa (umas têm mais dificuldades e levam mais tempo, outras menos), e variam de acordo com o contexto e com complexas variáveis sociais, econômicas e culturais (mudar algo individual e pontual, como beber água pela manhã, é mais fácil que mudar radicalmente nosso comportamento alimentar, por exemplo).

Quanto aos hábitos que temos possibilidade de mudar, não é lá muito eficaz ficar resistindo com todas as forças aos velhos hábitos toda vez que eles ameaçam surgir, e sim construir novos hábitos de forma prazeirosa não só a longo, mas também a curto prazo. A boa notícia é que há modos eficazes de fazer isso, e a Wendy elencou alguns que podem ajudar muito nesse processo:

  • Para adquirir bons hábitos ela fala sobre construir rotinas que nos deixem felizes a curto prazo, como por exemplo incluir exercícios físicos em nosso dia-a-dia em horários que não dificultem outras atividades, ou fazê-los ouvindo músicas que você goste. Se deseja mudar hábitos alimentares, é importante que os novos alimentos sejam agradáveis e tragam uma boa sensação após o consumo - uma boa alimentação pode ser saborosa, simples e acessível, como nos ensina a Juliana do projeto Comida Saudável Para Todos.
  • Já para abandonar maus hábitos ela sugere adicionar o que chama de fricção ao hábito, algo como uma dificuldade a mais, um empecilho. Se a intenção é consumir menos bebidas alcoólicas, talvez ajude não tê-las estocadas em casa, ou mantê-las em locais menos acessíveis. Se você não quer mais abrir o Instagram, email e Whatsapp como a primeira coisa a fazer no dia logo após acordar ou antes de dormir, manter o celular fora do quarto e substituir sua função de alarme por um relógio digital simples pode ser de enorme ajuda.
  • Há ainda o que ela chama de "deixa", ou gatilho, para fazermos algo. Um exemplo muito comum são gatilhos de stress, por exemplo, que podem levar fumantes a fumar e muitos de nós a comer algum docinho para buscar conforto emocional nesses momentos (alô, dopamina!). Mas também podemos construir gatilhos positivos em nossas vidas, tornando coisas que antes exigiriam planejamento diário em algo automático - como, por exemplo, escovar os dentes depois de comer. Depois da infância você não precisa mais pensar a respeito, é apenas algo óbvio que fazemos sem pensar após ou antes de determinadas ações, como comer ou dormir.
  • Por fim, muito adequado ao tempo que estamos vivendo, está o caos: é quando a impermanência se manifesta e tudo muda abruptamente ao nosso redor que podemos rever nossos hábitos profundamente. Seja em um novo trabalho, relacionamento, nova cidade ou país, vale a pena se perguntar: por que eu faço o que eu faço do modo que faço? Tem outros modos que seriam mais consistentes com aquilo que eu realmente gostaria de ser e fazer?

Algumas dessas decisões não dependem inteiramente de nós - é desafiador manter um hábito em contextos que não facilitam sua manutenção, sejam eles hábitos mentais/emocionais ou materiais. Outras podem exigir até um pouco de flexibilidade aqui e ali, mas são plenamente possíveis de começar hoje mesmo! Buscar novos hábitos é também buscar o que nos faz felizes e completas, e apesar de a virada do ano não ter relação direta com isso, é uma época que estamos mais abertas a esse tipo de compromisso e uma ótima oportunidade de começar :)

Que 2021 incentive novos bons hábitos a todas nós!
Com carinho,

Ana N. Brunetti
é co-fundadora da Trópica Botânica, colabora mensalmente nas newsletters e diariamente em todas nossas outras redes sociais!

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A cada mês teremos uma convidada aqui na Trópica: pessoas incríveis compartilhando seus conhecimentos e experiências conosco, ampliando nossa visão de si e do mundo e nos inspirando dia a dia a novos olhares, hábitos e formas de pensar! Em janeiro nossa convidada é a Franciele Correa (fotógrafa incrível por trás de todas nossas imagens), falando mais sobre os significados profundos, complexos e bonitos contidos no modo contemporâneo de registrar e ressignificar a nós mesmas e nossas vidas :)

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